“Tenho desejado ardentemente comer esta comida pascal” (São João Crisóstomo, doutor da Igreja no século V)
Durante a ceia, tomou o pão e o partiu. Porque instituiu este mistério durante a Páscoa? Para que por meio de seus atos fosse concluído que Ele foi o legislador do Antigo Testamento, e que todas as coisas que Nele se contêm foram esboçadas em vista à nova aliança. Por isso, onde estava a figura, Cristo entronizou a verdade. A tarde era o símbolo da plenitude dos tempos, e indicava que as coisas já estavam chegando ao seu fim. Pronunciou a benção, ensinando-nos como nós temos de celebrar este mistério, mostrando que não vai coagido para a Paixão e preparando-nos para que tudo quanto soframos o saibamos suportar com ação de graças, e tirando do sofrimento um avigoramento da esperança.
No entanto, a celebração do Corpo e do Sangue de Cristo, nos lembra toda a nova aliança que adquire assim um significado pleno, e por sua vez, faz compreender melhor o alcance do sacrifício de Cristo.
Cremos que o Sangue de Cristo nos purifica pela aliança nova e eterna! O III Sínodo dos Bispos afirma que Cristo “superou, dando seu pleno acabamento, todos os sacerdócios rituais e os sacrifícios do Antigo Testamento, também os pagãos. Em seu sacrifício, assume as misérias e os sacrifícios dos homens de todas as idades” (O sacerdócio ministerial I,1).
Esta Solenidade nos leva algumas reflexões pertinentes, a saber: Quantos de nós participamos do Corpo e quantos degustamos este Sangue, que somos participantes do corpo que em nada difere ou se distingue daquele (Corpo de Cristo), porque degustamos daquele que está sentado no alto, e daquele que é adorado pelos anjos e que está junto da virtude incorruptível. Aí de mim! Diz São João Crisóstomo: Quantos são os caminhos para a nossa salvação! Fez-nos seu corpo e nos deu o seu corpo, e apesar de tudo, nada disto nos aparta do mal. Ó trevas, ó abismo profundo, ó insensibilidade! E depois disto ainda há aqueles que estão preocupados pelo dinheiro, e outros que são escravos das paixões. Com isso devemos nos perguntar: Onde estamos inseridos? Na comunhão com Cristo, atualizando o nosso Batismo a cada Eucaristia? Ou estamos presos ao comodismo, materialismo ou até mesmo na preguiça espiritual que nos permite o afastamento do Corpo e Sangue de Cristo?
Meditemos! Pois, Cristo oferece seu Corpo e Sangue pela aliança e pelo Reino de Deus e nós devemos por tudo agradecer profundamente a Deus. Devemos buscar fazer nossa a Eucaristia – Ação de graças – que Cristo oferece ao Pai, para oferecê-lo juntamente com Ele, alimentados dele.
Permitamos com que Cristo penetre a nossa alma a fim de sermos totalmente envolvidos com a tua graça e assim participarmos do banquete celestial que é a Eucaristia – Corpo e Sangue de Cristo.
Por Seminarista José Almeida