A quarta feira de cinzas é o dia que dá início a quaresma. Nesse dia, todos os cristãos católicos são convidados a participarem da santa missa com o rito da imposição das cinzas sobre a cabeça. Essas cinzas são feitas com os ramos das palmeiras que usaram na procissão do domingo de Ramos do ano anterior.
Esse costume de pôr cinzas na cabeça dos fiéis, vem de uma penitência bem antiga praticada desde o antigo testamento com o povo hebreu: “Cobri-vos de cinzas, guardas do rebanho, pois que chegou o dia da vossa destruição”(Jr 25, 34). Com isso, os católicos são convidados a reconhecer com humildade seu estado de mortalidade e de pecado, e revisar sua vida diante dos valores do reino de Deus e tomar para si as palavras do Evangelho, ditas na hora da imposição das cinzas: “convertei-vos e crede no evangelho”(Mc 1, 15), é isso que devemos fazer, se converter, olhar para dentro do coração e ver as imperfeições que há dentro dele; é tempo de mudar de vida, de atitude, e tomar posse da realidade que o evangelho nos proporciona, na perspectiva de um verdadeiro cristão católico.
Outra fórmula que pode ser usada, também na quarta-feira é: “Lembra-te que és pó e ao pó hás de voltar”(Gn 3, 19), nós pecamos porque somos pó, nossa natureza, com o pecado original, se inclinou ao mal, ao pecado. Muitas vezes esquecemos também que nossa vida sobre essa terra é passageira, tudo que juntamos de supérfluo vai se acabar; vivemos nas ilusões das riquezas, do poder, dos prazeres desordenados, e para essa realidade, devemos lembrar que somos pó e para lá voltaremos. Enquanto isso, meus irmãos, aproveitemos esse período quaresmal que vai iniciar, voltando nosso coração para Aquele que está sempre disposto a nos erguer do pó.
Façamos, desse tempo quaresmal uma nova oportunidade para recomeçar, e para isso, tomemos as práticas fundamentais da quaresma: oração, Jejum e a esmola. Com a oração, temos a graça de nos colocar de novo em comunhão com nosso Bom Deus, o pecado não pode nos afastar da oração, pelo contrário, coma oração devemos criar esse laço amoroso com Deus e fugir das tentações A segunda prática é o jejum, que nos faz ser “senhores” do nosso corpo. Muitas vezes somos dominados pelos prazeres, a gula, luxúria, preguiça, abrindo mão de um pequeno prazer, vamos nos mortificando e crescendo em virtude para vencer outros prazeres. A esmola nos faz libertar dos bens, que muitas vezes nos fazem escravos deles, a esmola nos faz abrir mão de algo em benefício de um irmão necessitado, e também nos faz tomar consciência que nada é nosso, quando morrermos, ficará tudo para os outros.
Portanto, vamos participar com muito zelo e piedade esse tempo que se aproxima e seguindo pelo caminho quaresmal como um caminho de purificação, afim que possamos nos identificar cada vez melhor com Cristo, e celebrar com muitos frutos, as festas Pascais.
Por Seminarista Wagnei Lima
