A Sagrada Escritura na Santa Missa

Tradicionalmente estamos em Setembro no mês da Bíblia. Este livro inspirado que sempre nos exorta, corrige e reanima nossa vida de batizados. Assim nos diz S. Paulo: “toda Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, repreender, para corrigir e instruir na justiça. Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra” (2 Tm 3, 1-16).

Nós católicos não interpretamos de modo fundamentalista a Bíblia, mas sempre com o auxilio do magistério e da tradição da Igreja. Da mesma forma como católicos, somos privilegiados e podemos afirmar que toda a Missa que participamos está impregnada da Sagrada Escritura. Fazemos a experiência dos discípulos de Emaus naquela tarde da ressurreição (Lc 24, 13-35). Jesus explica aos discípulos a palavra das Escrituras, e ao partir o pão reconheceram que era o Senhor Jesus. Portanto, em cada missa temos esta divisão: Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística.

Na liturgia da palavra temos os ritos iniciais e são lidos textos do Antigo e Novo testamento, salmos e os evangelhos. Mas além da liturgia da palavra, toda missa explica-se através da Bíblia, todos os ritos que realizamos tem sua explicação bíblica. A proposito disto indicaria um livro muito interessante “O banquete do Cordeiro” de Scott Hahn. Trata-se de um protestante convertido a Igreja católica que explica muito bem como os católicos são privilegiados com a Sagrada Escritura na Missa.

Na liturgia católica, ao longo de 3 anos lemos quase toda a Bíblia. Temos também textos bíblicos inseridos durante toda a Missa, desde a saudação inicial ate a comunhão, e saudações finais.

As leituras da missa tem um porque. São preparadas com antecedência, num ciclo trienal em um livro chamado Lecionário. A Igreja dividiu em três anos: A – lemos o Evangelho de São Mateus; B – Evangelho de São Marcos; C – evangelho de São Lucas. O Evangelho de São João é reservado para as ocasiões especiais, principalmente as grandes Festas e Solenidades, para este evangelho não existe um ano litúrgico. O motivo desta divisão é pastoral para que possamos ter mais contato com a Palavra de Deus. A introdução do Lecionário explica-nos: “O fato de que para os domingos e festas se proponha um ciclo de três anos é para que haja uma leitura mais variada e abundante da Sagrada Escritura, já que os mesmos textos não voltarão a ser lidos, a não ser depois de 3 anos”.

A diferença entre o número de leituras no Domingo e nos dias da semana está na solenidade. O Domingo é o dia, por excelência, da eucaristia e da reunião litúrgica. Vivemos esta solenidade, portanto, com um maior número de leituras. As missas semanais tem a característica de serem simples e breves, com pouco cantos e mais meditativas.

Analisando esta graça que nós católicos temos, faz-se necessário sermos mais atentos e dóceis as Sagradas Escrituras que são lidas nas nossas liturgias. Que o Espírito Santo abra nosso coração e esta palavra sempre produza frutos em nossas vidas.

Pe. Carlos Eduardo de Souza Roque 

Pároco